Pra quê?

A falsidade passa a ser engolida,
como quem engole aos poucos pequenos cacos de vidro.
Nos empenhamos, amamos, corremos atrás
e continuamos a engolir os cacos de vidros alheios,
pouco a pouco, durante toda nossa vida.

Sofremos de olhos abertos,
perante uma realidade brusca e crua,
fria e falsa.
Uma realidade na qual não gostaríamos de presenciar.

No escuro, sentimos falta do que nos completa,
daqueles que nos escutam, presenciam fatos de nossas vidas.
Sentimos falta daquilo que nunca possuímos.

A vida costuma ser difícil, para quem realmente quer ser feliz,
passamos por pedras, pedregulhos, caminhos errados,
mas no fim, todos nós sabemos que vai valer a pena...
Pelo menos em algum ponto.

Temos esperança naquilo que não vale a pena,
temos esperança naquilo que sabemos que não vai nos completar.
Simplesmente, porque acreditamos no invisível,
e achamos que estamos fazendo o certo.

Depositamos esperança no inexistente,
esperança em um sonho inalcançável,
na qual em poucos segundos acabamos com a cara no chão.

Confiamos no impossível,
no invisível,
no complicado.

Confiamos e seguramos com unhas e dentes,
pessoas e coisas, que não ligam ao nosso esforço.

Passa mais um dia em que vejo,
que para acreditar e confiar,
precisamos acreditar em nós mesmos,
para assim aprender a sermos felizes, finalmente.