sexta-feira, 13 de maio de 2016

Dois sonhos, uma vitória.

Ultimamente a vida não anda me dando espaço para sentar e olhar o espaço. 
Ando deslizando e ignorando os buracos em que venho causado em minha vida, na esperança de que eles se preencham sozinhos. E sei que isso nunca irá acontecer se não partir de mim mesma.
Eu erro, erro muito. Erro a chegar ao ponto de engolir minhas próprias dores para fingir a mim mesma que está tudo bem, que sempre ficará tudo bem.
O que eu escrevo serve de rascunho pra minha própria vida. Escrevo tudo o que desabo diariamente, na esperança de aprender com minha própria verbalização.
Juro, eu realmente não sei verbalizar as coisas... Mas as vezes desce como uma luva e me compõe a imagem de escritora de algo sem fundamento. 
Não sei escrever, só sei sentir. Isso que verbalizo são pequenas alucinações de um constante acúmulo de emoções que reverberam dentro de mim... E que por algum motivo se fixam e eternizam em textos que costumo não publicar.
Não me pergunte como estou. Não vou dizer, não responderei e meu sorriso será constante. 
Sou várias e ao mesmo tempo sou uma só. Mas ultimamente tenho me visto apenas como duas. Esta que aqui fala, e a outra que batalha pela vida todos os dias. 
O que está aqui, é o que quase não se manifesta em vida. Não sei mais qual ponto exagerei... Mas sei que algo está estranho o suficiente para não estar equilibrado. Cada vez que volto a escrever, algo mudou. E só consigo identificar se a mudança foi boa apenas em um olhar distante.
Talvez isso se chame saudade, cansaço, medo, ou até mesmo indiferença...
Mas sei que o pulso desarma e a cama me absorve pra dentro dela a cada pulo no fim do dia.
Não posso reclamar de meus sonhos, eles andam ótimos e bem realizados. Mas me incomoda esse certo vazio que lateja de vez em quando. No fundo eu sei o que é, mas sou teimosa o suficiente pra aceitar e rever minha vida. Não dou o braço a torcer facilmente. Simplesmente deixo estar... E se assim resolvo ficar, um dia se ajeita. 
Mas sei que pelo menos um dos campos da vida dará certo, e uma parte de mim se realizará, a outra... Será consequência das próprias escolhas do tempo. 


segunda-feira, 2 de maio de 2016

A verbalização da nova significação

Não digo que me silenciei. Digo que foram dois meses intensos demais para serem verbalizados. Presenciei e senti mais do que expressei. 
Minha vida passou por um processo de reintegração de diferentes formas, porém do modo mais natural e orgânico possível. Me reinventei em minha própria rotina e causei-me estranhamento a partir disso.
Larguei o emprego, pintei paredes, aprendi a aceitar mais minhas próprias vontades e esquematizar melhor meus planos. Aprendi a administrar meu próprio dinheiro, a nomear sentimentos e persistir rudemente em meus objetivos.
E dessa intensa reformulação, sobrou um grande pedaço de arte. Um pedaço que há tendência de ser lapidado por muitos anos, um pedaço que mostrou-me movimento e força de vontade, energia e amor pela minha própria vida.
Nesses dois últimos meses me reconheci mulher, reconheci-me criadora de um espaço só meu.
Renasci para decupar meus próprios sonhos, invadir minha segurança para explodir minha liberdade todos os dias.
Renasci na minha própria tentativa de liberdade, em meu próprio objeto de estudo, em meu ponto de partida.
Me reescrevi entre versos, para entender-me como arte. Um nova linguagem artística que a partir de hoje reinventa meus passos e meus objetivos.
Silenciei o que antes me matava, para que agora possa verbalizar o que me vive.