terça-feira, 22 de outubro de 2013

Talvez o chão esteja flácido as minhas escolhas.

    Ainda estou engolindo a seco. Não tive coragem nos últimos dias de comentar muito sobre o assunto, a não ser com os mais próximos. 
Mas é de se desconfiar: Perdi o chão.
    Não há riso que alegre, abraço que conforte, o meu chão já não está mais tão firme em terra quanto há meses atrás estava.
O que acontece é que alguém revirou o meu mundo, bagunçou minha vida, cuspiu no meu quarto, derrubou meu coração no chão.
    Estou de luto pela arte, estou de luto pela minha própria fortaleza. 
Estou de luto comigo mesma. Mas ainda não me abandonei.
   Suspirei mil vezes antes de derrubar a lágrima. 
                    - Sentimentalistaaaaaa 
assim, gritaram no pé de meu ouvido.
    Pena que poucos sabem como é virar o mundo de pernas para o alto, e ao olhar ao redor, descobre-se que nada mais temos a nossa volta.
    Estou lutando para continuar em pé e na mesma caminhada de sempre, estou lutando para manter a serenidade em cena, estou lutando para que meu palco não se alague com minhas próprias lágrimas. Continuo na luta, tentando não olhar tanto para trás como costumava a fazer em sua companhia.

    Sinceramente estou buscando o que algum dia, perdi. Não sei o nome, cor ou cheiro, mas perdi em meio aos arbustos espinhosos, que antes mesmo me fizeram chorar ao chegar no chão.
Estou andando nos trilhos certos porém cheios de pedras cortantes.
Sim, sou um poço de emoções e tenho orgulho disso. Falo o que penso, faço o que sinto, e na intuição a arte me leva para onde bem quero estar.
    Confundo vozes, nomes e rostos. Misturo palavras, frases e dilemas. Escrevo torto, e fora das linhas borro pois sou canhota.
    Sou um poço de problemas detalhistas e ao mesmo tempo peco por chorar de mortes rápidas.
    Estou amadurecendo com meus piores dias, estou aprendendo a conviver com a minha própria dor, sou criança-mulher que foge do mundo, que busca uma mentira para me confortar... mas nada mais serve.

    Sou poeta e não aprendi a amar... 
    Quem sabe eu ainda sou uma garotinha.