domingo, 27 de fevereiro de 2011

Um amor de verdade, separado pelas nuvens e anjos.

   Estava sentada em minha cama, totalmente inquieta, sem ter o domínio de minhas próprias pernas que batiam desesperadamente no chão. Provavelmente mais de cem toques ao chão por minuto.
  Lembro-me bem desse dia, estava aflita, angustiada, já havia roído todas as unhas de meus dedos, já havia retirado todas as cutículas possíveis também. Realmente, estava nervosa.
  Mal respirava, mal sentia meu coração dentro de mim. Era um abismo dentro de meu peito em que não havia fim.
  Olhava o relógio e os segundos passavam devagar, então resolvi ficar pulando de segundo em segundo para ver se passava mais rápido, porém, enganada estava, só me cansava mais ainda.
  Minhas bonecas estavam enfileiradas, separadas por tamanho, cor, tipo de material e a idade na qual cada uma tinha desde que eu havia ganhado. Elas estavam completamente em ordem, apenas a espera para brincar.
  Coloquei o vestido de babados costurados a mão, feitos com renda, vermelho e branco era a sua cor, calçava também meus pequenos sapatinhos de camurça vermelha que combinava com os babados de meu vestido.
  Meus cachos dourados enrolados e bem definidos enrolados com uma fita branca em cima de minha cabeça, mostravam bem a delicadeza de meus fios.
  Meu perfume era doce, com cheiro de rosas recém molhadas, vindas diretamente de um grande campo perfeito, feito de sonhos adoráveis.
  As bolachas estavam na mesa, metade chocolate, metade amanteigadas, o suco de laranja estava fresquinho na jarra, minha cama estava arrumada assim como meu quarto todo estava.
  Olhei no relógio anciosamente, eram exatamente duas horas da tarde, abri um sorriso e fui me sentar lá fora de minha casa, na escadinha que se encontrava na frente da porta principal. E fiquei a esperar.... esperar... esperar... Nenhum carro eu via, nenhuma pessoa especial aparecia, a não ser meu vizinho andando com seus lindos cães de pêlos macios e dourados, e minha vizinha da frente voltando do mercado com grandes pacotes de compras.
  Continuei a esperar, olhando as margaridas que haviam do meu lado, acariciando suas pétalas, com todo o carinho do mundo.
  O telefone tocou, pude escutar lá de fora, porém, minha mãe que fora atender... Veio depressa e meio logo me comunicar...
  Minha amiga estava saindo do hospital sim, mas não poderia ir para minha casa brincar, ela tinha um encontro marcado com os anjos e não podia faltar,mas sempre que pudesse, ela iria nos meus sonhos visitar.
  Após o hospital, ela ficou com poderes de voar, virou um anjinho, uma estrela que para sempre poderia brilhar. E sempre que quiser sua presença e ajuda, bastava apenas minhas duas mãozinhas juntar. Precisava ter fé que sempre a mim ela iria me procurar, e nunca mais me abandonar.
  Peguei minha boneca, arranquei a sua flor favorita, a margarida, segurei uma de suas fotos, e fui para o meu quarto descansar.
  Era assim todos os dias, antes do meu dia terminar, agradecia intensamente o quanto ela me ajudava a me superar. Cada boneca enfileirada em meu quarto me fazia lembrar, de tudo o que passamos juntas, e dos momentos felizes que ficamos enquanto nossa amizade aumentava.

 Depois de muitos anos,fui dormir, com a minha pele já enrugada, dificil de me mexer, olhei para o relógio mais uma vez anciosamente, na mesma cama em que esperava a sua chegada, agarrei em uma das minhas bonecas, que agora eram relíquias, segurei-a forte contra meu peito, segurei sua foto, uma lágrima caiu de despedida sobre a minha querida boneca.
E aquela minha grande e querida amiga,após muitos anos, fui reencontrar.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Do céu ao inferno.

Caminho longe do asfalto,
pisando na grama alta,
arrancando as flores secas do caminho,
buscando uma pedra para jogar no infinito,
presente dentro do lago, próximo de minha casa.

Dois passos a esquerda,
viro a rua de árvores altas,
onde se encontram os saudáveis passarinhos,
que vivem cantando seu hino inacabável.

O sol desaparece e a lua surge,
meu olhar se fixa ao céu,
como se fosse necessário achar uma resposta,
no meio de estrelas, que me parecem tão vivas,
em relação ao meu coração, que mesmo batendo,
parece morto.

Respiro fundo, continuo a caminhar,
o vento joga meus cabelos e me deixa relaxar,
atravesso a pequena rua deserta,
rindo sozinha e procurando algum objetivo para aspirar,
estava sempre a suspirar por coisas aleatórias e assim vivia a sonhar,
...se não fosse o carro vermelho, no meio da rua, a minha vida tirar.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

História de vida.

  É engraçado como muitas vezes, vivemos nossa vida como se fosse um tiroteio sem fim, fazemos todas as coisas que queremos fazer em apenas um segundo, sem planejar, analisar, ou prever consequências de nossos atos.
  Uma vida bem vivida, não é aquela que fez um pouco de tudo, e sim, aquela que fez bem feito algo que ama.
  Não podemos criticar um padre por passar a vida numa igreja, pois é isso que ele ama. Não podemos criticar nenhuma pessoa que possa se envolver com alguém do mesmo sexo, porque ela simplesmente não ama pessoas do sexo oposto.
  Se as pessoas respeitassem o amor interior de cada uma, grande parte dos problemas da humanidade estariam resolvidos, se cada um encontrasse seu verdadeiro amor.
  Muitos dizem que amam da boca pra fora, outros fazem profissões por status, muitos se enganam por dinheiro outros casam por vontade dele. A vida infelizmente é assim, vai e vem, o amor surge e desaparece.
  Enganado são aqueles que pensam que amor só significa "casal". Amor é ter amor próprio, amor pelo trabalho, amor pelo seu corpo, amor pelo seu espírito, amor pela sua vida. Isso sim é amor, é saber aceitar quem você é, e o que você pretende ser.
  Pessoas que dizem que amam, tem que se conhecer primeiramente antes que provar o amor a outras, pois a base do nosso amor, está dentro de nós, do nosso equilíbrio entre a razão e a emoção, está entre o certo e o errado, está entre a verdade e a mentira.
   Das vezes que tentava pensar em mim, desviava o foco, para focar em outro alguém ou algo. Pois enganada eu estava, pois o meu foco deveria sempre estar voltado para a minha base, onde foi esquecida e apagada pela minha preocupação aos outros.
   Se fazemos coisas erradas ou certas, temos que ter consciência que fomos NÓS que planejamos fazê-las, e não namorados, pais, ou amigos. Temos que ter maturidade o sufienciente para aprender a ouvir um "Não" a aprender a dizer um "Sim", aprender a dizer "Eu confio", "eu acredito", "eu amo".
  Mas nada disso ajuda, se você não colaborar com o seu próprio espírito de vontade de viver.
  Portanto soldados, se seus generais te colocarem pra baixo, demonstrarem seu orgulho, sua falta de atenção em relação a você mesmo, diga a ele que sim, você tem orgulho. Orgulho de toda a sua caminhada, de todo o seu sucesso, de todo seu conhecimento adquirido, de todos os amores já vividos, de todos os amigos já feitos, orgulho de ter arriscado sua vida inúmeras vezes em batalhas, orgulho de ter vencido, de ter perdido e acima de tudo, aprendido com tudo isso...
  Ter orgulho em demonstrar um romance bem vivido, um passado bem sombrio, ou até mesmo um erro sem concerto.
   Sim soldado, fale isso a ele, e no final você perceberá, que todas os outros soldados tem e DEVEM ter orgulho da vida, pois somos NÓS que a construímos, somos NÓS que fazemos o currículo de nossas caminhadas, somos NÓS que escrevemos páginas de experiência.
   Lembrem-se soldados, a sua vida vale mais que tudo, saiba aproveitar e tentar se conhecer a cada dia que passa de sua vida, porque no final, você terá orgulho da sua própria História de vida.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A batalha começou!

   É engraçado o modo com que as coisas tomam forma em nossa vida...
   Quando se é pequeno, a professora pede pra você desenhar num pedaço de papel o que você gostaria de ser quando crescer... você vai lá e desenha super colorido.
   Quando você aprende a ler, sua professora pede pra você fazer uma redação sobre a futura profissão, você vai lá e escreve todo empolgado.
   Ao passar do tempo, seu professor pede pra você fazer uma apresentação para a turma, sobre sua futura carreira profissional, você faz com uma boa edição e com um ótimo profissional da área.
   E quando chega o ano mais importante de sua vida, o ano que simboliza todos aqueles anos que você desenhou,escreveu, apresentou sua profissão, acaba virando algo muito sério para se pensar...Pois na realidade, você não sabe o que fazer na sua vida profissional.
 O ano em que nada mais vai fazer sentido, amizade, amores, festas, briguinhas, inimizades, shopping, compras, computador, televisão... E uma única coisa se torna seu vício: o estudo e a dúvida da profissão.
  Penso como somos novos pra enfrentar uma dúvida que pode gerar um erro tão grande nos futuros anos, sendo mais  exata até uns 20 anos de profissão.
  Complicado, difícil e confuso.

  Pois é... amanhã é o meu primeiro dia de aula queridos sobreviventes.
E eu espero que no final da guerra eu esteja viva pra dizer a vocês: Eu venci as dúvidas e meus medos, e estou aqui!
 Até lá, haverá muitas batalhas, muitos soldados opostos. Mas tenho certeza que toda dedicação valerá, se no final essa guerra eu ganhar! =)

Espero que a sorte caminhe do meu lado.
E aí vamos nós.
Peço desculpa queridos soldados, se não atualizar por muito tempo, motivos explicados neste post =)
Obrigada por tudo até agora soldados!

Com amor.
A menina que sobreviveu as férias...

Fernanda Caron Kogin