segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Imbatível droga

É um sufoco ardente que prende a voz no próprio consolo.
Uma vontade que reprende a tentativa ao ver o risco do erro.
Um grito que cresce estufando o peito e errando a mira ao desatar.
Um nó que sufoca os segundos esquizofrênicos do amor.
O amor não sossega com faca sem ponta, só para com arma sem fogo.
É um vício sem volta, é um risco sem pausa, uma crescente mortal.
Ninguém sai ileso com o peito puro de sobriedade, enchemos a cara todos os dias.
Somos bandidos desta armadilha e vítimas de nosso próprio poder.
Construímos nossos próprios abismos com as certezas de quedas anteriores.
Cegos nós somos ao nos deparar com danos recém feitos.
Carregamos remendos e costuramos ainda mais para assegurar o novo amor.
Numa rede meio torta, com alguns furos e já velha, servimos o nosso mais puro aconchego revestida de calor humano.
Somos feitos de sonhos e esperança. E esse antídoto é o que nos faz ao mesmo tempo renovar e nos destruir.
O amor é uma droga imbatível que espero nunca desaparecer. 
As pessoas precisam de mais amor circulando nas veias.