quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

O silêncio dos amantes



A pior dor é o silêncio da indiferença.

É o sentido contrário do beijo.

O cortante desvio do carinho.

É o abraço afastado do peito querido.


O pior silêncio, é aquele que te entrega nos olhos,

é o corpo que se desconhece de propósito,

finge não te ver quando no fundo sabe do seu querer.


O pior de todos é o afastamento provisório,

da vergonha do sentimento,

do beijo indefeso,

que sumiu no meio de mil lamentos.


Sinto muito lhe dizer,

mas não vivo mais de tropeços

quero arriscar em meio ao meu silêncio,

uma nova forma de amar junto ao contexto.


Que a indiferença de suas palavras,

façam florescer em meu peito a coragem necessária,

para finalmente reabrir o recomeço.


Que o meu erro seja menor de que nossos sorrisos,

que nosso abraço transmita mais do que um simples carinho,

que a nossa confiança crie mais caminhos do que desvios.

Caso contrário, lembrarei-me de tudo como força do destino.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Pesos que viram linhas

Se o tempo coubesse dentro do tempo de meus breves olhares, creio que seriam postos como quase 60 segundos a mais do que o tempo de fato visto.
Se a cegueira me fosse capaz de selecionar apenas os melhores ao meu redor, talvez eu esteja na mesma. Ou até mesmo melhor do que sempre fui ao escolher com olhos bem abertos e puros com a vida, sem alterações.

Há tempos em que amadurecemos e entendemos nosso real propósito. Propósito de vida ao se relacionar com os outros e com nós mesmos.
Descobri que sou mais teimosa do que achava, mas ao mesmo tempo mais corajosa também.
Abri as portas para um futuro incerto e por conta disso, estou segurando uma responsabilidade maior do que achava que poderia segurar. Tudo ao mesmo tempo.
Certas vezes penso como não enlouqueci na minha própria sanidade. Ou talvez o que eu deva chamar de sanidade, é minha própria loucura.

Só sei que o limite está prestes a chegar... e ao chegar até ele, sei que mudarei mais uma vez de fase.
Já me sinto muito mais madura do que quando tinha certeza sobre mim mesma... hoje em dia? Não sei mais, certezas são as únicas coisas que não levo comigo. Desconstruo minhas certezas a cada discurso com cabeça aberta pronta para atualizar minha nova "verdade". Se é que a verdade de fato existe, ou todos nós construímos uma verdade dentro de apenas uma grande mentira?
Estou me redescobrindo aos poucos, me reapresentando sempre.
A essência... percebo que permanece constante, mas o amadurecimento me fez uma mulher atrapalhada porém sensata em minhas próprias escolhas. Hoje, dificilmente vou atrás depois de ter tomado alguma decisão. Posso me atrapalhar durante a escolha e o prazo de resposta, mas quando fere meu coração e me trata de forma injusta... não há sentimento nesse mundo que me faça mudar.

Quero me aprofundar na minha loucura daqui pra frente, estudar o máximo do impossível do possível do meu limite. Testar minhas habilidades até saber onde e como posso aperfeiçoá-las a chegar ao ponto de me amadurecer mais para a próxima fase de vida.
Quero devorar os livros quem possam servir mais do que a base de meu interesse, me investigar a cada frame e descobrir-me liberta em minha própria criatividade.

Brinco com minhas próprias metas e objetivos. Troco horários, dou desculpas, escondo meus próprios segredos e me amo secretamente. Sim, tenho segredos... daqueles dos quais pesquiso sempre sobre mas nunca comento com ninguém a respeito. Pois não interessa ao outro, somente a mim. O meu crescimento pessoal, profissional, espiritual ou o que for, só diz respeito a mim mesma e mais ninguém. Demorei muito para compreender isso em vida. Quem dera eu entender essa realidade em minha adolescência, talvez tivesse sofrido menos.
A cada segredo mantido em mim mesma, mais me conheço e me amo delicadamente, entrelinhas.

Atualmente estou em conflito, mas não de forma a regredir. Estou em conflito comigo mesma porque estou avançando alguns pontos de forma tão rápidas que mal sei lidar. Juro, não sei lidar.
Foi como disse... as linhas do amadurecimento estão me trazendo pesos que até então eu não sabia como segurar e estou me forçando a aprender.
Estou tentando segurar todos os pesos possível para que possa me manter viva de forma segura.
E para isso, vou observando o modo como o outros carregam seus próprios pesos, e assim, vou aprendendo com eles uma forma de segurá-los com segurança sem me machucar, e sem machucar os outros ao derrubar alguns destes pesos.
Estou aprendendo a lidar com isso e me acostumar com o peso de acordo com o caminho percorrido.
Pois isso varia do caminho, do terreno, das companhias ao meu redor, do jeito em que olho o meu redor, do meu humor, minha felicidade.

Meus pesos só param de pesar, quando entendo que eles são experiências de vida que podem agregar meu corpo. Só assim, deixam de ser pesos, e viram linhas de amadurecimento em meu corpo.

Cresço.


quarta-feira, 6 de julho de 2016

Meu bem

Beija-me com sua alma junto aos seus doces traços de vida.
Quero sentir a sua pele aquecendo minha confiança entre seus mais longos abraços, enquanto deitada fico com você em um silêncio completo de amor. 
Das histórias antes contadas, você é a que retrata a melhor parte de minha vida. Dos pequenos aos grandes passos foi questionável o ponto misterioso de nosso pequeno-grande envolvimento ao longo dos anos.
Quero ser sua na mais inesperada madrugada de uma segunda-feira, ou na mais fria manhã de uma sexta-feira. 
Que a paixão que corre meu corpo até sua boca, transpasse qualquer insegurança de nossos próprios medos. 
Seu aconchego me dá a ternura necessária para viver em um abraço, de modo que me faz entender o significado de criar um laço e não um nó com alguém.
Somos livres dentro de nosso próprio beijo, na esperança de uma entrega verdadeira e espontânea de nossa parte.
Seu cheiro, hoje já impregnado em minha pele, me faz ter a certeza de que podemos transformar uma segunda-feira em um novo começo.
O amor presente em nosso silêncio e a confiança dentro de nosso olhar, é mais do que suficiente para ter a certeza de que te amo e te quero bem! 


segunda-feira, 13 de junho de 2016

"Olha só moreno do cabelo enroladinho..."

Seu cheiro me abraça a alma e me aquece o peito. Neste momento somem os medos e as inseguranças entre seus braços inteiros. 
A tua calma me fortalece e me estabelece no plano concreto e real. Seus passos andam me guiando para algo tão orgânico e natural, que me custa acreditar na veracidade dos fatos, mas nunca do sentimento. 
Não que a credibilidade não fosse aceitável, mas da realidade exposta aos nossos olhos e mãos. Uma realidade bonita e sincera... E quanto as mãos... a minha do lado da sua, revezando carinhos de dedos. 
Ouvi dizer que só quando se ama de verdade é que os casais fazem carinho de dedo, caso contrário, é só paixão. Pois não há detalhe tão sincero que um dedo preso ao outro no encontro das mãos, naquele silêncio, em uma espera, ou por distração estar mesmo assim atento ao sentimento.
Meu corpo quis se unir ao seu de uma forma tão segura e sincera, que dispus a me reinventar de tal forma que me conheci melhor ao seu lado.
Pela primeira vez descobri que meus defeitos são meras distrações da vida, que muitos podem ser corrigidos e aceitos. 
Nós amamos silenciosamente cada detalhe um do outro. E são nesses detalhes que nos tornamos tão unidos e íntimos da vida de cada um.
A sua tranquilidade me faz sorrir em meio ao caos. Me solidifico e ao mesmo tempo evaporo nas horas ao seu lado.
Há anos achava que eu estava pulando de histórias em histórias... para no fim, cinco anos depois descobrir que de todas essas histórias, eram apenas capítulos que pertenciam a nossa própria história. Todos os personagens, enredos, aventuras... nos amadureceram e nos transformaram para chegar onde estamos. E conseguimos acompanhar cada passo um do outro, mesmo tão longe... 
Demorei cinco anos para realmente me jogar na segurança de que nosso carinho era mais forte que tudo, incomparável com qualquer relação antes vista ou sentida. Que nossa conexão era bem mais forte do que qualquer amizade. 
Nossa conexão ultrapassa limites de tempo e/ou distância.
Fazem cinco anos que te vi naquela sala, com aquela bola de "limpa-tipos" enorme na mesa e seus cachinhos lindos que dava vontade de fazer cafuné. 
Foi naquela sala, que fiquei te olhando, sem nem ao menos saber seu nome, sua idade e toda sua história...
Um amor a primeira vista, real, sem novela, sem enrolação, sem falsos detalhes. Quis você naquele momento. Assim como cinco anos depois do nosso finalmente encontro, pude ter a certeza que queria você em minha vida.
Nunca acreditei em destino. Só em acidentes rotineiros. 
Ter escolhido Design de Produto e não ter passado na UFPR de primeira, foi o pior sentimento que senti na minha vida... mas sem este acidente, nunca iria descobrir o quanto maravilhosa era o seu amor.  
Se nessa história de cinco anos ainda não se pode escrever um romance... estou ansiosa para o que ainda poderá ser escrito ao seu lado! 

My baby.


sexta-feira, 13 de maio de 2016

Dois sonhos, uma vitória.

Ultimamente a vida não anda me dando espaço para sentar e olhar o espaço. 
Ando deslizando e ignorando os buracos em que venho causado em minha vida, na esperança de que eles se preencham sozinhos. E sei que isso nunca irá acontecer se não partir de mim mesma.
Eu erro, erro muito. Erro a chegar ao ponto de engolir minhas próprias dores para fingir a mim mesma que está tudo bem, que sempre ficará tudo bem.
O que eu escrevo serve de rascunho pra minha própria vida. Escrevo tudo o que desabo diariamente, na esperança de aprender com minha própria verbalização.
Juro, eu realmente não sei verbalizar as coisas... Mas as vezes desce como uma luva e me compõe a imagem de escritora de algo sem fundamento. 
Não sei escrever, só sei sentir. Isso que verbalizo são pequenas alucinações de um constante acúmulo de emoções que reverberam dentro de mim... E que por algum motivo se fixam e eternizam em textos que costumo não publicar.
Não me pergunte como estou. Não vou dizer, não responderei e meu sorriso será constante. 
Sou várias e ao mesmo tempo sou uma só. Mas ultimamente tenho me visto apenas como duas. Esta que aqui fala, e a outra que batalha pela vida todos os dias. 
O que está aqui, é o que quase não se manifesta em vida. Não sei mais qual ponto exagerei... Mas sei que algo está estranho o suficiente para não estar equilibrado. Cada vez que volto a escrever, algo mudou. E só consigo identificar se a mudança foi boa apenas em um olhar distante.
Talvez isso se chame saudade, cansaço, medo, ou até mesmo indiferença...
Mas sei que o pulso desarma e a cama me absorve pra dentro dela a cada pulo no fim do dia.
Não posso reclamar de meus sonhos, eles andam ótimos e bem realizados. Mas me incomoda esse certo vazio que lateja de vez em quando. No fundo eu sei o que é, mas sou teimosa o suficiente pra aceitar e rever minha vida. Não dou o braço a torcer facilmente. Simplesmente deixo estar... E se assim resolvo ficar, um dia se ajeita. 
Mas sei que pelo menos um dos campos da vida dará certo, e uma parte de mim se realizará, a outra... Será consequência das próprias escolhas do tempo. 


segunda-feira, 2 de maio de 2016

A verbalização da nova significação

Não digo que me silenciei. Digo que foram dois meses intensos demais para serem verbalizados. Presenciei e senti mais do que expressei. 
Minha vida passou por um processo de reintegração de diferentes formas, porém do modo mais natural e orgânico possível. Me reinventei em minha própria rotina e causei-me estranhamento a partir disso.
Larguei o emprego, pintei paredes, aprendi a aceitar mais minhas próprias vontades e esquematizar melhor meus planos. Aprendi a administrar meu próprio dinheiro, a nomear sentimentos e persistir rudemente em meus objetivos.
E dessa intensa reformulação, sobrou um grande pedaço de arte. Um pedaço que há tendência de ser lapidado por muitos anos, um pedaço que mostrou-me movimento e força de vontade, energia e amor pela minha própria vida.
Nesses dois últimos meses me reconheci mulher, reconheci-me criadora de um espaço só meu.
Renasci para decupar meus próprios sonhos, invadir minha segurança para explodir minha liberdade todos os dias.
Renasci na minha própria tentativa de liberdade, em meu próprio objeto de estudo, em meu ponto de partida.
Me reescrevi entre versos, para entender-me como arte. Um nova linguagem artística que a partir de hoje reinventa meus passos e meus objetivos.
Silenciei o que antes me matava, para que agora possa verbalizar o que me vive.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Imbatível droga

É um sufoco ardente que prende a voz no próprio consolo.
Uma vontade que reprende a tentativa ao ver o risco do erro.
Um grito que cresce estufando o peito e errando a mira ao desatar.
Um nó que sufoca os segundos esquizofrênicos do amor.
O amor não sossega com faca sem ponta, só para com arma sem fogo.
É um vício sem volta, é um risco sem pausa, uma crescente mortal.
Ninguém sai ileso com o peito puro de sobriedade, enchemos a cara todos os dias.
Somos bandidos desta armadilha e vítimas de nosso próprio poder.
Construímos nossos próprios abismos com as certezas de quedas anteriores.
Cegos nós somos ao nos deparar com danos recém feitos.
Carregamos remendos e costuramos ainda mais para assegurar o novo amor.
Numa rede meio torta, com alguns furos e já velha, servimos o nosso mais puro aconchego revestida de calor humano.
Somos feitos de sonhos e esperança. E esse antídoto é o que nos faz ao mesmo tempo renovar e nos destruir.
O amor é uma droga imbatível que espero nunca desaparecer. 
As pessoas precisam de mais amor circulando nas veias.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Pássaros com asas de pedras.

Francamente, estou enjoada da mesmice deste ciclo contínuo másculo.
Do apelo sexual, do sorriso forçado, das piadas prontas e preparadas encaixadas nas mesmas conversas pré elaboradas.
Enjoada dos que fogem quando não tem capacidade de suportar um possível amor, um medo gigante de arriscar novas possibilidades em terras desconhecidas quando se fala outra língua além de sair da própria zona de conforto.
Prefiro que suma antes que comece, porque aqui quando começa, meu bem... 
Não há frio que me prenda, chuva que me desencoraje, calor que me lese, tempo que me segure.
Porque quando a coragem aqui bate no peito, reuniões são desmarcadas, minutos viram horas, intervalos viram tesouros, caminhadas viram conquistas.

Quantas vezes já me vi segurando o mapa atrás de ruas e ruas andando atrás de um amor... de uma causa, um simples porquê. Loucura de andar quadras e quadras, entre becos desconhecidos e ruas desertas. Uma loucura que tenho o maior prazer em sentir quando corre em minhas veias, chega a ser insano o jeito como se é injetado na veia e dentro do peito. Eu gosto de amar o começo de tudo, mas dói como uma facada quando me cortam o caminho.
Está no sangue, isso é claro. Minha adrenalina se move com a vontade do novo, do desconhecido, do diferente. Faço cada dia um novo presente em minha vida, que agregue na bagagem do desconhecido, do inesperado. Nem que seja por um dia, mas pelo menos foi um dia de fato.
É uma loucura doce e ao mesmo tempo silenciosa. Meu ar preso ao peito da ansiedade me faz percorrer caminhos sem medo do perigo, visando apenas o reconhecimento da chegada. 
Me vi fazendo estes trajetos muitas e muitas vezes. Pois o peito quando grita, dá sinal verde para qualquer brecha. 
Sou feita de pequenos sinais e grandes vontades, não estou viva para sentimentos e emoções mínimas, sei que sou mais profunda que isso.
Mergulho de cabeça e não volto mais a superfície de mãos vazias, me afogo de forma que só volto quando tiver alguma experiência nos braços. Sou feita de histórias, não de pequenos contos. 
Vivo para não esquecer minha própria história, e além de tudo vivo para poder contar histórias. E se você ainda quiser voar comigo, meu bem. Segura forte e voaremos juntos... Caso contrário, não se torne mais um peso ao passarinho.