domingo, 31 de julho de 2011

Colecionadores de risadas...

  

  Eles sempre estavam lá, a me olhar, observando a beleza de uma risada estranha misturada na sinceridade de minhas palavras que para eles,sempre soavam divertidas.Os abraços que em mim executavam, eram sempre para provocar ciúmes naqueles silenciosos que nos cantos ficavam, as mãos juntas era para simbolizar uma união de diversão, diversificada das risadas e rostos que juntos, se completavam na multidão.
  Riam, choravam de tanto gargalhar, se ofuscavam de toda a tragédia da vida, sumiam da realidade, criavam em si uma certa coragem, que parecia que para sempre iria durar. Encaravam a realidade como um desafio idiota a ser concluído: "Por que isso parece tão complicado? Por favor deixe isso de lado, ridículo, isso é algo totalmente mal formulado". 
  Direcionavam-me ao caminho do incerto, aquele que você pula de dois em dois degraus sem medo de cair, ao invés de andar devagar e observar o caminho em que se anda: passo por passo, degrau por degrau.
  Ridicularizavam meu jeito sério das coisas analisar, pensavam que eu só falava bobagem quando vinha a filosofar.
  Ah, meus colecionadores de risadas, por que me fizeram tanto tempo de vida eu gastar?
  Me diverti, isso não posso negar, mas das poucas vezes que precisava de ajuda, parecia que faziam questão de esquecer como era minha real conduta. Escondia-me deles entre os livros, abstraia todos os problemas esquecendo do mundo a minha volta, estava concentrada na história que me fazia sonhar alto. Já os colecionadores de risadas, passavam por mim e ignoravam sem pena com suas malditas risadas forçadas, mostrando-me sempre como estavam alegres imaginando minha derrota. Aiai... enganados estavam, pois enquanto riam de coisas idiotas, estava analisando as lindas obras literárias.
  "Se você ficar triste que seja por um dia, e não o ano inteiro. Que você descubra que rir é bom, mas que rir de tudo é desespero", assim um dia disse Frejat. Sim, desesperados, é assim que traduzia os colecionadores de risadas. Desespero porque não se consolavam quando precisavam, as risadas era na verdade,pura falta do que fazer.
  Pelo menos em meus livros eu tinha certeza que não iriam me decepcionar, interrogando-me do porquê eu não estaria junto a eles a gargalhar.
  Os tempos se passaram, mal lembravam dos nomes dos diversos e antigos colecionadores, lembram apenas de risada fingidas, e conversas fúteis e vazias. Enquanto eu, colecionava livros e frases junto com o meu conhecimento durante todos esses anos, escrevia mais um capítulo do meu livro do cotidiano...


quarta-feira, 27 de julho de 2011

Devaneios de uma morena.

  Ao fim de tarde, perto da lareira já quente, esquentando sua pele macia em seu rosto sublime, surge a lembrança de que os amores por ela já vividos, eram doloridos a cada beijo disfarçado da traição por eles escondido.
  Em seu vestido feito de velhos trapos de cor clara, umedeceu-se cada vez mais pelas suas excessivas e pesadas lágrimas de tristeza.
  Os lindos olhos claros, desapareciam-se entre suas mãos cheias de calos, de puro trabalho, cobrindo-as também com seus longos cabelos negros.
  O fogo ia se apagando aos poucos, assim como apagava-se o fogo da paixão de seu coração.
  Delicadamente,o seu corpo suave, caia lentamente ao chão, confundindo a utopia de uma paixão verdadeira com a dor da traição e ilusão. 
  Ao apagar o fogo, já havia morrido, morrido de amor, junto com a sua solidão.
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Um dia, um vestido, um terno e muito arroz na cabeça.

 Cinco quartos, dois andares, oito janelas, dois amores.
  Um sobrado, numa rua com três árvores e arbustos de frutas com diversos sabores.
  Dois postes, uma calçada, paralelepípedos e um sinaleiro.
  Paredes amarelas, janelas ovais, um par de degraus e um quebrado espelho.
  Jardim de dois metros, goteiras e alguns canos estragados.
  Frestas misteriosas e mofadas, trincos rachados.
  Cortinas esvoaçantes, passarinhos muito cantantes, cerquinha branca na varanda.
  Churrasqueira no quintal, roupas presas e molhadas no varal...
  ... pra começo de casado, até que não começou tão mal...   

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quinta-feira, 21 de julho de 2011

I know you can, baby. :)

  Eu achava que poderia ter perdido muito, achava que minha voz poderia se prender nas lágrimas para sempre, achava que minha saída era ficar em silêncio.
  Nada foi tão fácil quanto parece, pois a cada passo que dou, pode ser que eu volte mais dois ou que eu possa cair mais uma vez. Mas não importa, contanto que eu me levante e ainda esteja no caminho, estou certa.
  Demorei a entender que o pra sempre é algo que nós, humanos, inventamos para nos tranquilizar, para superar medos e feridas...E sim, de certa forma estamos certos. Pois sempre iremos nos machucar, sempre iremos cair e sempre iremos poder dar a volta por cima. Nem sempre aquilo que você achava que era o certo e poderia ser eterno, de fato ERA o certo. Pois o amor verdadeiro, ele sim é eterno, como o da nossa família.
  Lamentar é algo que muitos fazem, mas isso não é o correto. Devemos é sorrir e ver tudo o que passamos, todas nossas dificuldades, todo o nosso desespero, que hoje se tornou algo indiferente. Não digo que devemos desprezar as dores passadas, mas sim vê-las como vitórias, e não com "ar de vítima".
  Um passo de cada vez eu disse. Um mês, um dia. Espere, calma. Tudo vai passar e você vai superar tudo aquilo que você chamava de "problema".
  A morte dói, eu sei... eu sei. Mas não há nada que boas memórias te façam superar dia após dia. Pense que a cada sorriso dado, é um prêmio que você ganhou, por ter se esforçado tanto depois de lágrimas de saudades.
  Sentimentos sinceros, como este, que carregamos dentro de nós, são aqueles que vão nos fazer crescer e não aqueles ruins que te fizeram um dia chorar, e sim, aqueles que te ajudaram a superar.
  Hoje eu vejo minhas vitórias e conquistas. Vejo o quanto mudei, o quanto superei, para me ver sorrir novamente. 
  E o melhor de tudo? Consegui.
  Sim, consegui melhorar minha saúde, consegui enfrentar meus medos, consegui reencontrar meus sentimentos, consegui realizar meus sonhos que por mais simples que fossem... eram sonhos. Consegui voltar ao meu foco principal, consegui conviver com a dor da perda.


  Mudei, graças ao que consegui. Mas nunca, nunca deixei de ser aquilo que eu sempre fora...dentro de mim. Ainda sei que vou conseguir muitas coisas, é só não perder a fé, que devemos ter em nós mesmos. :)






quinta-feira, 7 de julho de 2011

O desejo de querer.

Eu queria poder andar na chuva,
e não lembrar quando você me protegia dela.
Queria poder fazer minhas provas,
e não lembrar do seu "boa sorte".
Queria poder correr,
sem pensar se você poderá estar correndo atrás de mim.
Queria poder ver um filme,
sem ter que imaginar você do meu lado.
Queria poder tirar uma foto,
sem pensar que estou tirando pra você.
Queria poder escrever livremente,
sem escrever pensando em você.
Ontem eu queria você,
mas hoje só quero te esquecer.


domingo, 3 de julho de 2011

A decisão da sua ignorância

Pés pesados, mão rachada, 
cigarro entre os dedos, cortes entrelaçados.
Voz rouca e maldita.
Rosto velho na jovem idade,
pensamento psíquico, sangue atormentado.
Ignorância elevada, tristeza forçada,
dinheiro no bolso para as bebidas,
dente caído e vício na ferida.
Lágrimas de pedra em puro desespero.
Pobre do menino que sempre se achou um gênio,
hoje é perdido na vida e morto no medo!