terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Retrospectiva 2013



    Como de costume, estou aqui para eternizar 2013 entre seus fatos e acontecimentos que mais me marcaram ao longos dos meses. Pois bem, se pudesse definir este ano em alguma palavra... talvez seria "Persistência" a escolha.

    Até agora estou me perguntando como consegui enfrentar, aguentar e superar tanta coisa em apenas alguns meses. Eu só tenho a agradecer a todos que participaram comigo deste ano, que me apoiaram, ajudaram. Pois por mais que no fim as coisas saíram do passo da felicidade, tive muitos, bons momentos. Obrigada a todos.
    Começo dizendo que este foi o ano que mais botei a cara para bater, e corri atrás da base do meu sonho profissional. Eu realmente levei a sério essa coisa chamada: Universidade.
    Realizei este ano um dos meus maiores sonhos: Entrar na UFPR - Tec. Produção Cênica! Nunca chorei de tanta felicidade, como foi ao ver meu nome da lista de aprovados. Uma nova etapa em minha vida estava começando logo em janeiro, minha vida estava mudando nos primeiros dias de 2013. 

    Uma das coisas que mais sinto orgulho deste ano, é poder estar no fim dele e dizer a todas as pessoas que me disseram que seria impossível: É possível sim fazer duas faculdades, principalmente quando estudamos o que amamos. E sinto uma felicidade enorme ao saber que eu realmente corri atrás, e consegui aguentar a pressão, correria e prazos acima de tudo.
 Já no começo de fevereiro pude notar uma grande passo: Primeira viagem fora de casa. Para alguns vem antes, outros depois... Mas a minha foi a primeira vez que fiquei 4/5 dias fora de casa. Viajei com o Grupo de Teatro Tanahora para Londrina, Maringá e Toledo para o evento da Acolhida aos Calouros nas outras sedes da PUCPR. Sensação de liberdade, responsabilidade, independência e acima de tudo, experiência profissional.        
    Viajei com pessoas do meu trabalho na qual participei desde o começo da criação do roteiro até a sua realização na viagem. Uma experiência única e divertida, na qual pude conhecer vários pequenos lugares e pessoas diferentes. Uma viagem que reuniu a orquestra, coral, dança, equipe técnica e alguns superiores da PUCPR. 

    Foi naquele momento ao entrar no ônibus que sabia que estava fazendo escolhas certas em minha vida. E foi ali, olhando para fora, que tive certeza que o teatro pertence a mim, como eu pertenço ao mundo.
    Porém começo de março também fora um mês triste, pois um dos meus cantores favoritos acabara de falecer. Chorão. Uma pessoa que me inspirou, me fez sorrir e chorar muito com suas letras, sua melodia tocada sempre em vários momentos da minha vida, principalmente quando tinha alguma estréia do teatro. Senti muito com sua perda, pois a sua música me tocava profundamente. O show na qual fui em 2010, fora um dos mais marcantes em minha vida, e sem saber aquele seria o último. Guardo até hoje seu chocolate que jogou do palco, como forma de carinho em registrar aquela energia e aquele momento tão belo que fora seu show, pois me transmitiu muita energia positiva.
   Em março, retomamos com a peça "Homem ao vento" só que agora participando do Festival de Teatro de Curitiba. Minha primeira participação em um Festival, foi sem dúvidas uma experiência muito boa profissionalmente... Senti a diferença na pele como é importante nossa evolução dentro e fora dos palcos, essa tal da maturidade em que temos que ter para podermos evoluir ouvindo críticas e elogios sobre nosso desempenho, e foi a partir daí que senti que teatro é puro estudo, temos que estar em constante atualização com nosso corpo, voz e mente.

    Em abril, o sol começou a aparecer mais forte no dia-a-dia. Começou a correria e as aulas da UFPR. Foi neste mês que percebi que me inscrever para Produção Cênica foi a melhor escolha que eu fiz na minha vida. Foi na UFPR em que comecei a abrir minha mente e meu coração para tudo. Um lugar onde encontrei pessoas queridas, amáveis, amigas e unidas acima de tudo, um lugar na qual me mudou por completo e eu agradeço de coração a todos da minha turma por este ano maravilhoso em que passamos.  
    Ainda em abril, durante uma feira de livros dentro da UFPR (Politécnico), encontrei uma pequenina cachorrinha perdida e mal cuidada no gramado da Universidade, não pensei duas vezes e saí do carro para ajudá-la. Minha vida mudou MAIS ainda a partir daquele momento. Pedimos para alguém ir resgatá-la, arrecadamos doações de ração para cuidar da pequena. Ela encontrou um lar, tomou banho e remédios. Foi naquele dia em que percebi que salvar uma vida no meio do nosso dia-a-dia não era tão impossível, há pessoas e animas que precisam muito de nós. Foi aí que entrei mais ainda neste mundo dos animais. E agradeço a esta pequena por ter me dado esta visão sobre o mundo. Nunca mais soube de seu paradeiro, pois a senhora que a adotou sumiu com ela, o que foi um erro e uma tristeza gigante em meu coração, mas com o passar do tempo depositei amor nos que ainda precisavam de minha ajuda.
    Foi então que em Maio, surgiu a oportunidade através de um trabalho da faculdade (Design Digital)- PUCPR, gravar um vídeo relatando como é o dia-a-dia da SPAC (Sociedade Protetora dos Animais), resultando em um trabalho muito lindo e emocionante, me dando cada dia mais prazer e vontade de cuidar destes pequenos indefesos. Uma experiência linda e mais um passo decisivo na minha vida: Seguir a área audiovisual dentro do Design.
    



    Graças a toda esta história percorrida com os cachorros durantes estes meses, que veio a ideia de adotar a Teca, uma senhora poodle abandonada na rua cheio de tumores em seu corpo. Era uma matriz, na qual dava cria a filhotes que posteriormente seriam vendidos. Como estava incapacitada de ter mais crias, fora jogada na rua.
     Não pensei duas vezes em adotá-la, mesmo com sua idade avançada, seus tumores, sua alergia na pele, adotei com o maior amor do mundo. Hoje em dia, ela é a minha companheira para longas caminhadas no final de semana. A partir deste momento, junto com a ajuda do Tiago (na qual fez o vídeo junto comigo), criamos o "Amigos sem lar". Seu objetivo principal é ajudar na divulgação de cães que precisam ser adotados pois foram encontrados na rua e precisam de um lar.  


      Em seguida pude ter o privilégio de ter ao meu lado meus dois novos hamsters: Jolie e Charlie. Como também final de junho/julho meu pai trouxe para nossa casa a Pituxa, uma cachorrinha que fora atropelada em Pinhais. 
Ao longo do ano tive acertos e erros, mas percebi que vivi intensamente a cada dia, como se realmente fosse o último. No último semestre deste ano, senti dores horríveis em meu peito ao passar por uma situação muito difícil: Lidar com a morte. Infelizmente presenciei a morte da minha primeira cachorrinha, a piti, da minha hamster Jolie. Mas o que foi mais difícil foi sentir a dor da perda de meu diretor Laercio Ruffa e minha Tia Marga. 
    
    Apresentei uma das minhas últimas apresentações sob direção de meu querido chefe, diretor e amigo, Laercio Ruffa dentro de um hospital, na qual se foi em menos de duas semanas depois que chegou a internação. Seus ensinamentos, seu amor pela arte e pelo o teatro, ficarão para sempre eternizados em meu coração.
"Comigo ou sem migo o teatro tem que continuar" e continuou... o grupo se uniu e assim trouxemos alegria e esperança em nossas vidas.
Mas o que mais me marcou fora sua última frase "A arte nos move". E foi a partir daí que percebi que a arte é o motor da minha vida, da minha alma.

Sinceramente, iria falar mais detalhado mês por mês. Mas seguirei falando mais geral, pois muitas coisas ocorreram para citar a data exata de cada uma. Mas gostaria de ressaltar que conheci pessoas incríveis em minha vida, principalmente Alica e Georg um casal alemão que trouxe alegria em minha rotina dentro da universidade, me trazendo conhecimento de sua cultura local e me divertindo horrores, agradeço muito a oportunidade de tê-los em minha vida durante este ano que se passou.

Neste ano fora dividido em duas partes: a boa (1°semestre) e a ruim (2° semestre). Sinceramente? Minha queda para cair em uma profunda depressão foi por pequenos passos, mas sinceramente fiquei admirada por conseguir sair de um buraco negro tão profundo e escuro como este. Após um término de namoro de 1 ano, perder meus dois queridos animais de estimação (cachorrinha e hamster), assim como também perdi na ordem meu diretor e em seguida minha Tia Marga querida. Fiquei com um eterno nó na garganta, sem motivação nenhuma para praticamente nada.
    E ao invés de cair neste poço sem fundo, adotei a Nina. Uma pequenina vira-lata que fora deixada com mais 4 irmãozinhos em uma caixa em um dia chuvoso, com seus rabinhos cortados cruelmente. 
    Nina para muitos pode ser apenas uma simples cachorra, mas para mim foi a resposta de uma esperança inimaginável! Ela me trouxe forças, me trouxe alegria e motivação para continuar. Como adotei com 50 dias de vida, tenho a oportunidade de acompanhar seu crescimento com muita alegria, e sua fase infantil e divertida, me tira de qualquer tristeza me mordendo pra brincar junto.
    Há quem diga que animais são apenas animais, mas eu lhes digo: Animais são remédios para nossa alma! E graças a pequena Nina, meu xodó, abriu meus olhos para a vida, mostrando-me como é bela.


segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

#01


quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

O clarão da cortina

    Talvez fosse mais simples do que eu pudesse imaginar. Uma saudade que aperta o peito e me faz escrever com precisão. Havia tempos em que minha alma não sorria para a vida, ela ficou por meses esquecida em meio a tanta correria. Não, isto não é uma poesia, é apenas a minha confissão.
    Parei. Simplesmente parei e enchi os olhos de lágrimas quando me dei conta que no fim, consegui dar conta de tudo. Dei conta de mim, dei conta das coisas. A vida se encarregou de dar conta da minha própria vida...Seja boa ou ruim, cuidou de mim.
    Superei acima do esperado, eu realmente provei a mim mesma do que eu era capaz naqueles poucos meses em jogo. Precisava crescer, precisava correr atrás do tempo perdido e ao mesmo tempo engolir as dores da alma.
    Perdi dois queridos no caminho da vida, mas soube respirar no compasso certo para que meu caminho fosse generoso com minha chegada. Esqueci das coisas horríveis, adormeci entre planos impossíveis.
    Segundo semestre de dois mil e treze, "tristeza sem limites" - cochichou assim no pé de meu ouvido.
    Ultimamente tudo estava no pé de meu ouvido, as reclamações, as dores, a vontade de sair correndo, a risada baixinha do amigo engasgado nas verdades, o choro contido do amigo solitário. Tudo estava ali, no meu ouvido. E consegui ouvir a tudo, porém tive que tapar os ouvidos para mim mesma.
    Cá estou, tranquila, serena e feliz. Apesar de tudo, feliz.
    Confesso que neste ano aprendi, que as vezes devemos tapar os ouvidos para nós mesmos, deste mesmo modo podemos superar mais rápido as dores da alma, por mais que a chacoalhada seja mais forte no final das contas. Mas funciona, confesso que deu certo.
    Fui obrigada a assistir de camarote o que bem poderia ter visto na platéia. Vi o palco desandar e ao mesmo tempo a cortina se fechar para sempre.
Porém poucos ruídos após, vi uma grande luz por trás das mesmas cortinas. O clarão me cegou, comecei do zero, revirei a alma, corrompi minhas dúvidas, aliviei minhas dores incuráveis, perdoei o imperdoável. E cá estou.

Limpa, nova. Totalmente renovada para uma vida sem desculpas, uma vida sem rancores e remorsos. Uma vida sem angústias.
Uma vida na qual pretendo finalmente viver em dois mil e catorze. 
Seja por sorte ou azar, estou afim de recomeçar do zero aquilo que nunca tive oportunidade de tentar ao certo.

Estou vivendo um degrau acima. E gosto de estar aqui, observando os dolorosos degraus e sorrindo para esta nova etapa que está prestes a começar.

Hora de caminhar! Caminhar e voltar a escrever.
Já aprendi com os deveres nestes meses, agora chegou a hora de botar em prática.