quarta-feira, 2 de abril de 2014

O som do coração

Talvez a noite não fosse mesmo para dormir, e sim, para cantar e saborear o gosto da vida. Me coloquei na estrada sem muitas expectativas em relação ao amanhã, apenas sentei na poltrona e adormeci pouquíssimos minutos.
Algo me deixava ligada, atenta, curiosa. 
Talvez a dúvida que seguia meus pensamentos, contribuiu para que eu pudesse me estabilizar naquele momento.
Sonhei alto e ninguém pode me julgar, olhei nos fundos de seus olhos enquanto continuava a cantar. Eu não sabia seu nome, muito menos ele o meu. Vivi em plenos minutos uma utopia sem fim de que a resposta de tudo estava em minha frente. 
Mas não botei expectativas, não pensei na sua história, muito menos na minha, mal sabia o que se acontecia ou se de fato, acontecia algo ali. Só sei que senti cada suspiro, cada borda de palavra dita, cada toque no violão, senti sua voz me chamando aos poucos para o conforto de sua alma. Você me trouxe a paz que eu necessitava para poder voltar a escrever tranquila. 
Um tipo de amor sereno, que não se encaixa a nenhum tipo de outro amor. Apenas um amor de momento, pelo momento, sobre o momento. O momento era puro amor.
Ninguém me ouviu, ninguém se importou com a minha alma sorrindo. Ninguém queria saber de minha história e minhas preocupações. Me senti liberta de todos os olhares alheios, e olhei para o som da sua alma poetizando em letras de música.