domingo, 28 de agosto de 2011

Morte de mim. MInha morte. O "mim" morreu. O "mim" se esqueceu...



  Minhas risadas ao mesmo tempo que são raras, são frágeis como cristal, quebram o encanto logo com um toque grosseiro, estraçalhando em velhos cacos invisíveis e perigosos, podendo trazer sangue a pele ao tocá-los
  Meus olhares estão sempre direcionados a uma utopia individual, onde minhas ideias se tornam fantasia e ninguém pode dissolvê-las na realidade.
  O vácuo se transforma em órgão principal dentro de meu corpo e transborda em energia para a próxima isolação.
  O vazio me esquece de viver e me faz apenas existir. Existo para os outros, não para mim.
  Minhas fantasias dançam com as palavras e dão um doce gosto a minha alma, adocicando minha mente com imagens transformadas em palavras sensíveis e de longe, bonitas.
  Minha alma canta com a sorte, canta com o belo e o superficial, porém meu coração canta com o amor sofrido, esmagado pela dor, fortificando mãos alheias que apertavam meu sentimento até a morte.
  Minha inocência está espelhada em minha infância, nas mãos da senhora que me abençoava com uma última promessa dita pela boca amorosa na qual segurava minhas mãos como uma eterna despedida calorosa, não despertando os olhos no dia seguinte.
  Minha alma precisa descansar, assim como os pássaros se aquietam no inverno...
  Tento ficar, mas não consigo...meus olhos já estão começando a fechar...

Fim de mim... com o velho cheiro de alecrim e morangos mofados, mofados por mim.

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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Adormecida na infância dos 60 anos.




  Conto minutos para explodir em horas. Pego um copo, encho até a metade sento lá fora e observo as árvores esverdeadas com suas flores roseadas.
  Costumo muito a pensar o que há do lado do outro muro... Outras pétalas caídas? Rejeitadas pela bela árvore saudável e muito bem desenvolvida? Ou apenas mais um longo trecho de calçada, matando os dentes-de-leão que do lado do tronco ficavam?
  De vez em quando aparecia um passarinho, pousava no muro e cantava rapidinho. Logo mais ele se colocava a voar para ir direto ao seu ninho.
  Enchi mais meio copo e sentava logo no chão, olhava para as nuvens imaginando suas formas como se fosse uma extra informação, algo do tipo "essa é a sua missão".
  Enrolava meus cabelos deitada na grama junto com as folhas secas, sentia o cheiro úmido da terra invadindo a minha alma e assim tirei uma soneca.
  Acordei aos prantos em minha cama... Era apenas um sonho, um sonho da minha velha infância...
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sábado, 6 de agosto de 2011

A ventania da minha vida.



  Não há nada mais gratificante do que ver a vida sendo moldada pelo vento...pelo tempo. O vento bate lentamente, puxando e levando para longe as tristes lembranças de uma alma conturbada que aos poucos deita-se em flores, purificando os olhos de esperança para a nova caminhada.
  O vento enxuga as lágrimas, fixa o sorriso, esvoaça os fios de cabelo, refresca o calor da insegurança.
  O vento também é a brisa do mar, o cheiro das rosas, o cheiro das frutas e traz as folhas pelo ar.
  O vento leva e traz lembranças, esquece e eterniza cheiros e amores.

  Vento que eu amo, vento que me entrego, vento eu te peço... me leve para longe daqui!



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