Ela se vestia de silêncio, aos olhares dos amantes,
seus olhos desciam montanhas de sonhos,
na qual os belos rapazes a isolavam da realidade plena.
Sua mente vagava em algum lugar na qual nunca teria certeza,
precisava voltar para casa, mas o silêncio pedia para ela ficar.
Debruçava-se em livros, em meio a tantos versos jogados
em páginas amassadas a amareladas,
que mal se importava com o cheiro da poeira,
que ficava instalada nos cantos da costura.
Comia devagar, sem pressa do cotidiano cheirando a gato,
o inverno estava presente em sua casa,
isso era certo, ela na solidão se completava.
O amor a aquecia em meio ao frio,
seu coração batia como o som de um violino,
calmo porém intenso.
Seus olhares formavam músicas,
músicas de fundo para sua pequena alma solitária,
que rondava as letras em busca de um sorriso amigo.
Ela era rodeada de pessoas, familiares, amigos,
grandes e pequenos amores.
Mas o que mais a satisfazia era estar em pleno silêncio,
na rede de seu jardim,
observando os pássaros pousarem lentamente em seu balanço,
segurando um livro, e sentindo o vento bater em seus cabelos.
Ela não esperava, simplesmente deixava acontecer.
Ela apenas vivia em sua única e humilde sintonia.
No lindo ato, de silenciar e degustar a sua alma.
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