domingo, 6 de janeiro de 2013

A curiosidade mata.

Eis que em minha madrugada de insônia, amanhecendo em seu queridos ponteiros das cinco da matina, sentada lendo um de meus livros, escuto gritos indefinidos vindo da rua.
Não sabia bem ao certo o que era, se era uma sirene, alarme de carro ou casa, um bebê chorando ou um casal brigando na rua.
Só sei que ouvia cada vez mais alto, e com mais intimidade na aproximação.
Senti insegurança e desconforto com aqueles gritos agudos indefinidos.
Estava totalmente desconfortável em minha leitura, relia mais de três vezes o mesmo trecho.
Quando fechei o livro e tentei prestar atenção em tal misterioso som, que de misterioso não tinha nada, apenas uma gata no cio, ri de minha descoberta.
Mas logo quando defini o seu miado, ouvi também o de um carro e o seu pneu freando em sua velocidade absurda.
E é assim que meu dia termina e começa ao mesmo tempo, com vários sentimentos misturados: o de paz pelo silêncio, e de curiosidade aceita, a de desconforto, a descoberta do barulho, a tristeza da morte e a culpa.
Pois um gato acabara de ir para o céu.

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