Me olhei no espelho,
fixei o olhar durante longos minutos.
Quem era esta moça com o rosto mudado,
com o cabelo recém-pintado,
mandando indiretas a mim?
Alguém me explica quem é ela,
com a cara um pouco abatida,
de noites mal dormidas,
em que sorria com lágrimas nos olhos,
crescida assim?
As olheiras de cansaço não se desmanchavam,
seu corpo suado e exausto não negavam,
perante a beleza do seu destino até então.
Era trabalho árduo, estudo forçado,
duas faculdades em mãos.
Haja pique, haja fôlego,
haja santo coração!
Nunca mais ouviu a solidão.
Estava mais velha,
com espinhas fora de época,
uma lembrança esquecida,
um namorado que era artista,
uma família muito querida.
duas calopsitas e manias esquisitas.
Mas em uma coisa no fundo gritava,
todo mundo já a olhava, mesmo assim ninguém comentava,
mas todos já sabiam da sua promessa bendita,
que realizava em suas desastradas andanças pela vida...
Que nenhum dia seria igual ao outro.
E cumpre tal promessa a cada dia que sobrevive.
E assim, reinventa sempre uma nova saída.
Vivendo dia, após dia.
Lindo. Que talento pra escrever Fernanda!
ResponderExcluirRafaela