terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

My sweet brigde!

    Só sei que é uma sensação diferente, nunca antes sentida. É como se a ponte estivesse caindo de pouco em pouco, fio por fio, minuto por minuto...E por mais difícil que seja, ela sabe que estou em cima dela, que estou caminhando ainda silenciosamente, que não cheguei em minha plena estabilidade. Mas ao mesmo tempo, ela sofre em me deixar, ela não quer me deixar cair de jeito algum, mas não tem outra escolha, ela me chama alto para o outro lado, mas tenho medo de passar, pois sei que vou cair. 
    Continuo ali, parada, esperando o vento estabilizar a ponte.
    Sei que antes de começar a travessia, eu deveria ter corrido e ter puxado fortemente as cordas com todo o meu amor, e amarrá-la bem para que eu não caísse durante a viagem, mas é inevitável, depois que você decide que vai atravessá-la, não pode mais voltar. 
    É a lei da vida. É a lei da ponte. 
    Um dia ela pode balançar demais e te derrubar. 
    Quem se mete a atravessar na vida, está sujeito a qualquer coisa.
    Mas dessa vez ela me olhava serena, com lágrimas nos olhos, abrindo seus braços do outro lado dizendo: "Venha logo, não se deixe levar e ficar pesando sobre minhas tábuas velhas, há um campo verde te esperando, mesmo que sem mim você tenha que partir, irei te encontrar do outro lado".
    Mas teimosa que sou, fiquei, fiquei e esperei o tempo que fosse para a ponte se recuperar de meu peso insuportável, fiquei apoiada nela até ela se decidir por onde começar a tal da mudança. Não suportava a ideia de tê-la que abandonar, por mais que me prometesse o paraíso ao fim, tinha medo do invisível.
    Eu tenho um amor imenso por ela, pois sentava ao calar da noite, para pescar o meu sustento, poetizar com o luar, para amar os meus segredos. A ponte me servira de base para tudo o que estava por vir.
    A ponte era meu secreto e silencioso ombro.
    Mas às vezes o amor é tão inocente, tão puro, que acaba se irritando. Que se torna rebelde e agressivo por besteira, na qual vem a tal da tempestade e faz com que aquela ponte frágil derrube algumas de tuas tábuas velhas no rio, deixando um espaço gigante ao caminhar. 
    Perigoso caminhar.
    Pulava mesmo assim, só porque a amava.
    Por mais que estivesse velha, perigosa, sem tábuas completas, eu rezava no silêncio a melodia do amor.
    E ainda sonho com isso, com o teu amor.
    Ainda estou fortemente segurando sua mão, suplicando para que não desista.
Mas aos poucos ela vai me dizendo adeus, passando a mão em minha cabeça para que eu sofra o menos possível enquanto se vai com suas tábuas cheias de histórias.
    Ela está me deixando aos poucos cair, mas com a sutileza de um anjo... Talvez ela se fortifique e me puxe para o outro lado verde do campo, ou me deixe morrer sutilmente afogada em seu rio que adormece às suas costas.

    Eu não sei mais.

    Portanto ainda não sei o meu destino, só sei que estou lutando dia após dia, para que a corda não arrebente, mas se arrebentar, fecharei meus olhos e agradecerei a vida por ter me proporcionado lindos momentos ao caminhar na velha ponte de madeira.

    Uma vida tão bonita, há de ter belas histórias para contar.

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