domingo, 10 de fevereiro de 2013

Chão vermelho e céu azul.

    Eu segurei nas pontinhas, todo mundo viu. E segurei com toda a força do mundo, para não deixar escapar o que eu tinha e tenho de melhor em mim: A esperança de que tudo vai melhorar.
    Segurei mais do que forte, com toda minha fé presente na alma. Sabia que tinha alguém olhando por mim e sussurrando para que eu continuasse sem olhar pra trás.
    Botei as malas no ônibus e fui, sozinha, livre e confiante.
    Percebi que meu destino está na mochila, na câmera, nas paisagens,no som que escuto enquanto durmo. Meu destino está naquilo em que nunca vi, mas gostaria de um dia sentir. E assim um dia será.
    Meu destino é ficar andando, trabalhando, correria de um lugar pro outro, é não ser uma constante nesse mundo equivocado. É estar em completa mutação a cada passo dado, um amadurecimento, uma nova expressão, ouvindo outro sotaque, sentindo o novo presente.
    Todo mundo viu o meu sorriso em solo firme, enquanto andava sozinha por aí.
    Sentava no mato procurando um céu bonito pra olhar, sorria de olhos fechados quando o vento do interior batia no meu rosto. Era ali que deveria ficar.
    Me virei, me concentrei e dei o meu melhor a cada segundo.
    Minhas experiências só serão eternizadas se eu realmente sentir tudo o que posso sentir do momento, as coisas ruins que sirvam de lição, mas neste momento só estou pensando na boa vivência. 
    Um gole de café, por favor, quero me recordar do sangue quente que correu em minhas veias, na adrenalina que escorreu em meu corpo enquanto subia a voz do meu trabalho.
    Mais um pouco de chocolate para acompanhar a felicidade e já estou completa.

    Quando fecho os olhos, só consigo imaginar no tamanho daquele céu lindo e limpo, daquele ar puro e  do cheiro de mato, lembrar das lindas paisagens rochosas e avermelhadas que vi.
    Renasci quando botei o pé pra fora de casa pela primeira vez. Dei adeus aos meus pequenos sonhos em Curitiba.
    Muitos podem achar exagero, mas eu cresci mais espiritualmente do que profissionalmente, precisava daquele verde me chamando, precisava ver aquela terra vermelha carimbando meus pés, eu precisava ficar longe do cheiro do asfalto sujo. Olhando por horas e horas aquelas paisagens aleatórias passando em meus olhos, enquanto meus pensamentos explodiam em sua diversidade, cresci como ser.
    Cresci o suficiente pra dizer que amo a vida, que sinto meu futuro gritando lá de cima que quer descer o mais rápido possível, que quer se aventurar por aí, mas calma lá menina, são uns dias apenas, e não estamos tão longe assim.
    Mas do mesmo jeito sorri pelas minhas escolhas, pelo meu destino, e como tudo aconteceu, e o melhor: o jeito como fui parar ali.
    É, o destino sorriu pra mim, e aproveitei os melhores dias de minha vida.
    Não como profissional, mas como amante da vida.

    Percebi que a vida é muito mais do que achamos. 
    Temos muito ainda a conhecer.

"keep your feet on the ground when your head's in the clouds" s2

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