quinta-feira, 10 de maio de 2012

Na caixa.

Está vendo aquela caixa ali no canto?
Sim, aquela toda preta, singela e humilde na sua simplicidade.
Sem estampa, lisa, porém pesada.
Aquela mesma caixa que pensei que nunca fora usar, está cheia, lotada. 
Lotada de lembranças.

E é ali onde tudo está guardado,
por dentro há cores, cheiros, suspirando sempre amores.
Cartas, risos, abraços, beijos, suspiros bonitos.
Está tudo ali.
Assim como as vozes altas, os gritos fortes, a vermelhidão da cobrança.
A pressão do perfeito, as lágrimas de dor.
Está tudo ali.

E dali não sairá mais.
Caixa preta do luto.
Meu coração estará de luto.
Enquanto longe de mim, a caixa estiver.
Meu coração não irá sossegar.
O amor desceu sobre a caixa,
preta e negra como a noite.
Que nos deixa solitários, porém ao mesmo tempo, temos a companhia da mesma lua.

E é dela que a força virá.
A lua.
Sua luz que aparecia para completar uma cena romântica entre bancos,
está completando meu coração com a companhia de uma natural poesia.

Está vendo aquela caixa ali no canto?
Joguei fora. 
Fora da minha vida, de uma vez por todas.

Pois agora tenho a luz da lua para me guiar.

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Um comentário:

  1. No fim a caixa precisa estar aberta, pois não esconderemos o que já sentimos. As cicatrizes são aparentes, e fazem muito do que somos.

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