terça-feira, 6 de agosto de 2013

Palavras de um futuro bom

    Poderia ter sido um dia normal, jogada na cama pensando na vida, poderia assim eternamente ficar, toda noite. Mas preferi me arriscar com você. Ao pular daquele penhasco de insegurança, lhe encontrei segurando minha mão, me protegendo da chuva de espinhos que ocorria lá fora enquanto meu sangue borrava no pessimismo. Desconfiada que sou, não acreditava no que vira.
    Eu poderia jurar que você largaria minha mão naquelas ondas altas, esqueceria meus versos, mal entenderia meus olhares de socorro, mas você continuou na promessa de que ao meu lado, você estaria. E esteve até hoje.
    Juro que até consegui fechar um olho mas mantive o outro aberto, com medo que eu pudesse pisar em falso em um caminho desconhecido. Mantive meu mapa por perto pois caso eu me perdesse, saberia para onde voltar. Voltaria para minhas trilhas conhecidas, já estava tudo programado, projetado e combinado até mesmo com as personagens anteriores. 
    Digo-lhe que tentei voltar a velha trilha, sim tentei mesmo, subir o mesmo morro, cantar no mesmo ritmo. Mas sua voz balanceou o meu trajeto, me desviou da rota, me jogou para uma trilha desconhecida, na qual nada via porém em tudo acreditava. Você me tirou daquela escuridão rotineira na qual era acostumada a passar. E eu o agradeço intensamente por isso.
    Eu poderia ter chorado mil pitangas, inventado cem novos versos, me jogado no chão mesmo na chuva porém no fim, mofaria em um quarto empoeirado. Mas não adianta. Durante os onze meses, você me tirou o fôlego, a calma, o pessimismo, me trouxe a esperança que estava escondida naquele mapa desconhecido. Crente na minha desconfiança de berço, ainda costumava a perguntar.
                                          Quem é você?

    Nada me respondia, dizia que o tempo diria...Um amigo... quem sabe um amor? Um protetor de nome desconhecido que veio simplesmente para me salvar. Sei que estás comigo há tempos. Um anjo que me protege de todos os tipos de ventos, tempestades, vendavais.
    Minha maré alta nos joga para longe muitas vezes eu sei, mas você volta com um barco e mostra que nossa âncora atinge os mais profundos mares deste mundo. Me deixando serena esbanjando a alegria de nosso amor.
    Aprendi que nosso paraíso tem cor. Múltiplas cores... Vamos pintando a cada dia um novo quadro. Dois poetas, dois artistas, dois monumentos em movimento no espaço.
    Somos um porto na qual este ainda nunca existiu, duas almas perdidas e assustadas contemplando o novo do absurdo, uma comédia, um novo drama, uma caixa prestes a ser aberta onde encontraremos as mais lindas surpresas.
    Suas gargalhadas mantém viva a minha esperança de possuir um dia a felicidade plena, seus olhares me fazem sorrir com lágrimas nos olhos. 
    Isso, isso mesmo! Pousa em meu colo, e conte-me seus sonhos e segredos, fique comigo e não me deixe ir. Me segure, me abrace me faça gritar, espernear, chorar as mil pitangas prometidas, mas não me deixe partir.
     Para sempre, ou por pelo menos um bom tempo, não sei quanto durará... Mas sei que a eternidade do momento nos une, numa promessa que a longo prazo permanecerá.
    Nossos corpos dançam sem errar, um compasso de amor sincero, suores de intensas promessas e grandes exemplos. Gritamos ao som da lua, invetamo-nos no embalo da rua, luzes piscam, semáforos fecham, e estamos ali olhando para nosso abismo particular. Mesmo assim não desistimos de nós mesmos, abrimos as portas, as fechamos, jogamos para fora nossa raiva momentânea, sabemos de segredos mas não os contamos, somos muito misteriosos e sinceros para se abrir ao mundo novo de ilusões. Sonhamos alto, mas ainda estamos segurando nossas mãos.
    Somos pesquisadores de nosso próprio amor, resolvemos nossos conflitos nos jogando no tapete da sala, nos rolando de rir como um amor juvenil, e adormecemos nos braços de um amor eterno. São seis da manhã e ainda conversamos no telefone. Sim, telefone. A espécie de tecnologia na qual odeio citar em comunicação barata, apenas para usos emergenciais. Pois é.
    Estive lá, longas duas horas presa a você e a sua voz. Uma voz na qual dizia-me para entender que era outra pessoa, outra história, aquele passado não me pertencia mais. Era melhor eu deixar morrer. E deixei. 
    Durante duas horas você me convenceu a retomar a coragem do meu peito e acreditar totalmente em nosso amor. 

                                "Vamos nos casar", você disse.

                     E eu, aceitei. Aceitei todos os dias, sem pensar em qualquer final triste.


Eu te amo.

E é tudo isso que para mim agora quero: V-Z-o-i-c-z-ê-o.

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