sexta-feira, 29 de março de 2013

Desconfiando no anoitecer.

Sempre tive lá meus motivos para desconfiar de tudo e todos. Desconfiar, confiando, entende? 
Um motivo obscuro e real, concreto e líquido. Um motivo ocasionando vários sobre um.
Mas talvez seja por isso que escrevo. Confio desconfiando.
Confio nas palavras a chegar ao ponto de desconfiar do jeito que todos os outros vão interpretas tal reflexão. 
Acha tudo isso uma grande besteira? Desconfie de alguém pra ver se é bom, e veja se consegue dormir. Aí sim você talvez irá confiar no que estou lhe falando.
Mas não importa. O que importa é que escrevo. Assim pelo menos,respiro leve, durmo em paz e um pouco mais feliz do que quando estou desconfiada da solidão repentina.
Confio de olhos fechados a quem me estender a mão e me deixar confiar. Aí sim é interessante continuar acordada e falar. Mas digo isso a quem me estende a mão confiando e demonstrando confiança verdadeira, não desconfiando da falsa confiança.
Você me entende, sei disso. Por isso não vou continuar perguntando se está seguindo a mesma linha de raciocínio. Pois sei que está. Ou pelo menos assim,espero.
Sei porque deve ter passado pelo mesmo momento, situação e desconfiança.
Afinal, todo ser humano por mais patético que seja sua forma de vida, já amou desconfiando e já odiou confiando. Azar, nascemos num mundo em que existe a tal da dúvida. Azar, azar. Ou sorte? Vá se ferrar.
Talvez eu tenha que me jogar ao fogo para mostrar que confio em certas pessoas, e por outro lado, fingir que me joguei no penhasco para dizer o quanto desconfiava que a pessoa estaria rindo de minha tragédia. ACERTEI. Pois foi em cheio e acertei, chegando assim no ciclo de finalmente confiar que minha desconfiança era confiável.
Ah maldita.
Vai, continua rindo da minha cara, da minha insegurança quando a escuridão sobrecarrega meu quarto, sua maldita.
Mas não tem importância, não tem mesmo. Sua risada não me vale nada, noite nojenta. Te chamo assim porque sabe que te amo, que não vivo sem esse teu escuro absurdo.
Pois no fundo sabe que me inspira, esse teu silêncio mórbido e sua escuridão romântica me inspiram. E isso, sim, me dá confiança a cada sílaba dita, a cada verso escrito durante a noite.
Mas eu sempre terei lá meus motivos para desconfiar, mas no entanto até que confio em você, entende? Mesmo que desconfiando.

Confio para desconfiar no que algum dia acabarei confiando. E tenho dito.

Vê se não vai chamar o amanhecer logo agora que irei dormir. Estou de olho, maldita. 
Boa noite.

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