sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Ciúmes Vs Amor

Já era quase de noite, e já não agüentava mais, algo me dizia que alguma coisa estava errada naqueles telefonemas em que ele recebia a cada meia hora, ele falava rápido e assim quase silenciosamente as palavras saiam de sua boca, tampando-a com uma mão, saindo quase um ruído baixinho de um filhote de passarinho.
Algo estava em jogo, algo muito ruim estava acontecendo, o fato era que, sim, ele estava me traindo... Certeza eu não tinha, mas pelo o olhar dele, algo de muito bom tinha naqueles telefonemas e que eu poderia não gostar ao saber.
E quando eu chegava perto dele, e perguntava o que de tão importante ele sabia que poderia ser dividido comigo talvez, ele dizia que não era nada, a não ser pessoas que eu não dou muita importância e que não era nada demais...
A partir daquele momento percebi que tudo estava errado.
E daí começamos a briga.
Nossa briga terminou por volta das onze horas, ou seja, continuamos a brigar durante quase quatro horas.
Ele tentando me convencer de que não tinha nada demais, e eu tentando me convencer de que ele estava me traindo.
Finalmente, meu ódio tomou conta de mim, peguei as chaves de casa, expulsei-o a empurrões, ele chorava como uma criança desesperada como se o doce tivesse sido roubado, e eu com um ódio que me torturava viva e parecia que em poucos segundos iria me transformar na pior pessoa do mundo.
É estava quase certa..
Ele saiu chorando de nossa casa, com uma rosa amarela na mão (que era o símbolo do nosso casamento que ele havia plantado no jardim) dizendo:
- Sairei de nossa casa, mas você saberá que tudo isso é coisa de sua cabeça, ainda vou te provar que te amo, nem que seja morrendo de tristeza, quero seu perdão meu amor, não cometi nada demais, só quero te fazer feliz, mas espero que um outro alguém a faça por mim.
Ao dizer essas palavras, lágrimas correram em meu rosto como se apostassem corrida até caírem em minha roupa de seda.
Ele foi se dirigindo até o portão do lado de fora e eu fui correndo para a janela, para o observar por mais alguns minutos.
Nesse momento vibra o celular dele, pego e vejo uma mensagem
- Meu filho, vou parar de te ligar antes que tua esposa desconfie, mas a festa surpresa dela já está completa, acabei de chamar a última amiga dela, e ela disse que vai, Beijos, te amo filho.
E enquanto ele atravessava a rua de duas pistas me apavorei com um ato doentil de ciúmes que eu tive com a pessoa que eu mais amava na vida, então gritei com toda a força que pude o nome dele.
Foi a partir daquele momento que eu me senti uma pessoa totalmente monstruosa.
Nos 3 segundos que ele atravessava a rua, ao invés dele seguir o seu olhar para continuar a sua vida sem perigo enquanto atravessava, ele preferiu escutar minha voz chamando-o em tom desesperado de alguém chorando por amor.
E foi nesses 3 segundos, que ele viu pela última vez o meu rosto e ouviu minha voz chamando pelo seu nome, e pela última vez, ao mesmo tempo que escutou uma buzina de carro se aproximando...
Ao vê-lo caído em pleno asfalto, cheguei perto de seu corpo quente e com um último beijo eu disse: Amor, me perdoe. Eu te amo mais que tudo.

Mas já era tarde demais, ele já havia falecido, e por 3 segundos eu vi a morte com os meus próprios olhos.



- E assim escrevo mais uma história,
trágica mas verdadeira,
para que vocês aproveitem o hoje
e pensem: eu vivi o hoje, e sobrevivi o dia anterior.
e tenho esperanças de um novo dia, para o dia seguinte ^^

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