segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Houve um dia em que eu acordei rosa. Tão rosa que sorri para as flores do jardim, comi dois morangos e entrei em casa novamente. 
Acordei tão rosa que senti o cheiro da felicidade caminhando lentamente pelas minhas costas, um carinho tão cuidadoso, na qual duvidava das mãos pesadas externamente. 
Sorri para a vida com a cautela de uma criança insegura, abracei em poucos e bons minutos vários mundos que considerava meu. Larguei a saudade de mudança e agi. Promessas indefinidas e escassas não foram o suficiente para que a rosa despedaçasse.  
Deitei novamente nos braços da prosperidade, na esperança de observar se mesmo de longe, uma estrela  pudesse me explicar o sentimento do peito.
A grama não mais me incomodava com seus pequenos gravetos pontudos e acentuados, enquanto a paz se instalava em minha alma, peito e corpo. Ficamos duas horas deitados na grama, na noite escura, sorrindo para vida. Não foi ele, muito menos os outros anteriores. Era eu mesma descobrindo que a vida era exatamente aquilo. 
Passamos por sopros ruins, para aceitar os sopros naturais da vida, daqueles sopros que a gente sorri de olhos fechados sem ter medo do que virá. Apenas sentimentos o novo vento em nós.
Quase adormeci. 
Meu peito aliviou todas as dores do mundo, meditei em plena sexta-feira em um céu tão escuro e ao mesmo tempo tão sereno como os teus olhos. Guiei minha própria liberdade para meu coração.
A razão dormiu junto com o meu peito, e agora ambas estão em paz. 
Hoje eu acordei rosa, para nunca mais brigar com o cravo. Já me despedacei.

Mas hoje, sou um novo botão de rosa, pronto para florescer novamente.

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